>então é isso
>afinal, já fazem 80 anos
>agora é minha hora
>vou conhecer o todo poderoso
>o criador
>meu senhor jesus cristo
>vou conhecer deus
>fecho meus olhos devagar
>conforme a imagem daquela sala do hospital se escurecia
>uma luz se abria
>era esse o céu?
>tudo fica claro
>era um grande nada branco
>meus passos ecoavam enquanto eu andava
>uma pequena estrutura então surgiu
>havia uma placa
>"DEUS"
>ah! até que enfim
>queria conhecer o criador
>falar com ele
>sempre fui um cristão devoto
>entro com toda a pressa do mundo
>vou conhecer deus
>vou tocar ele
>parecia um sonho
>entro na sala
>por um momento eu recuo
>havia apenas uma criatura
>uma criatura preta alta e magra
>sua cabeça era grande e tinha dois buracos enormes brancos como olhos
>sua pele parecia ser feita de nada
>tinha dedos longos que pareciam garras
>ele estava sentado em frente a um buraco em forma de círculo no chão
>o buraco era tão fundo que mal conseguia ver
>me aproximo
>ele não mostra nada
>o que era isso afinal?
>quando eu chego perto caio para trás quando ele levanta um pouco a cabeça
>aquilo devia ter uns 4 metros de altura
>ele então aponta em minha direção
>então minhas memórias passam pela minha cabeça
>minha infância passou em segundos até os 12 anos
>nesse momento o tempo começou a passar normalmente
>estou me vendo em uma loja
>eu lembro disso...
>velhos tempos
>eu e os meus amigos comprávamos balas
>então o caixa perguntou se eu tinha pego 12 ou 13 balas
>o eu então olha para as 13 mas diz 12
>a imagem congela nesse momento
>a criatura então faz minhas lembranças pararem de fluir
>volto para o lugar de antes
>a criatura se levanta
>bota a mão sobre a minha cabeça
>então ouço um sussurro nos meus ouvidos
>"pe..cador..."
>então ele empurra minha cabeça para o buraco e meu corpo cai
>eu devo ter caído por alguns minutos até atingir o chão
>mas não doeu
>nem um pouco
>mas o que aconteceu?
>aquele era deus?
>aquele era o deus a qual todos veneram?
>esse é o deus que todos dizem ser bom?
>esse é o deus que perdoa? que ama a todos?
>o que está acontecendo?
>tudo era uma mentira?
>o que era deus?
>quem era deus?
>me fazia essas perguntas quando um homem se aproxima de mim
>ele chega perto
>"tudo bem garoto?"
>garoto?
>olho para minhas mãos
>eram jovens
>eu rejuvenesci?
>onde eu estava afinal?
>o alguém então se alrixima
>"bem vindo ao inferno garoto"
>olho em volta
>não era nada bom
>mas não era o inferno que todos conheciam
>pessoas apenas andavam em um mundo destruído
>mas ninguém era torturado
>todos estavam com olhares mortos
>mas ninguém estava sofrendo
>"todos que chegam tem a mesma reação..."
>"aliás, eu sou azazel"
>olho assustado
>ele ri
>"não se preocupe, as coisas são bem diferentes do que vocês humanos pensam"
>"aquilo é deus"
>"como assim?" pergunto
>"deus simplesmente é daquele jeito... se você cometer um único pecado você vem pra cá"
>"não é um lugar de sofrimento físico, é apenas nada"
>"e a solidão e o vazio consome as pessoas com o tempo"
>"mas.... não pode ser... não isso é tudo o meu inferno, tudo uma ilusão dos demônios para mim" digo frustrado
>ele então olha para mim
>"garoto, você pode acreditar no que quiser, de qualquer jeito você ta no inferno"
>"deixa só eu te explicar mais uma coisa, nós, anjos e demônios hoje somos a mesma coisa"
>"lutamos contra deus para que ele nos dê a nossa prometida terra na hora da criação"
>"quando deus nos criou ele cedeu sua força, ele não tem controle em nós, e nós podemos causar dano à ele"
>"tudo começou quando ele estava entediado... ele simplesmente nos criou"
>"ele disse que o trabalho dos anjos era transportar as almas ao céu, e o trabalho dos demônios era purifica-las"
>"no começo foi maravilhoso, pessoas passavam alguns anos no inferno para pagarem e subiam aos céus"
>"mas e quanto a lúcifer e a bíblia?"pergunto
>"a bíblia é uma mentira garoto"
>"após alguns milênios deus se cansou, tirou o inferno de todos e desfez o céu"
>"o inferno não era um lugar ruim como vocês pensam, não havia tanto sofrimento"
>"as pessoas apenas passavam anos pensando nos seus pecados, sendo um pouco agredidas e entendendo que o que fizeram foi ruim"
>"algumas pessoas levam alguns anos, outras alguns milênios"
>"bom, agora pense um pouco garoto, você tem tempo"
>não
>isso tudo parecia loucura
>como isso era possível?
>eu tinha tantas perguntas
>"mas... vocês querem matar deus?"
>ele olha e sorri "parece loucura, não?"
>"não exatamente garoto..."
>"queremos matar a forma física dele"
>"deus vive em tudo que criou, em mim, em você, neste lugar, na terra e no universo"
>"apenas queremos tirar q sua capacidade de interferir nele"
>isso era loucura
>eles queriam matar deus?
>bom... eu ficaria fora disso
>não era nada que alguém como eu pudesse fazer algo
>me distancio do demônio
>ele não tira os olhos de mim
>vou em direção à uma cidade totalmente destruída
>por todos os lugares, tudo estava morto
>pessoas deitavam, resmungavam e choravam sempre
>lamentos e maldições eram ouvidos por toda a parte
>deus... por que você fez isso?
>o demônio estava falando a verdade?
>olho para o céu e vejo anjos e demônios voando
>não importava...
>esse era o inferno
>após algumas semanas minha mente lutava para tentar entender o motivo de estar ali
>esse lugar não tinha sentido
>quando subiríamos aos céus?
>quando sairíamos daqui?
>nada fazia sentido
>nada viria pela frente
>era como se seu passado fosse tirado de você
>seu futuro apagado
>e seu presente destruído
>o tempo não importava
>mas...
>algo em mim ainda vivia
>talvez fosse por que eu não estivesse aqui há tanto tempo
>talvez
>mas algo brilhava em mim
>apenas um pouco
>eu ainda tinha vida em meus olhos
>eu vagava em um manto preto pelas terras destruidas do inferno
>até que um dia eu acho aquele mesmo demônio
>"oh, quando tempo meu caro" ele diz
>apenas faço que sim com a cabeça
>"parece desanimado" ele sorri
>dou uma leve risada
>"não é como se tivesse algo pra fazer aqui, não?"
>"claro" respondo
>ninguém falava, as pessoas estavam "mortas" demais para falar
>"mas eu fico surpreso por você não estar como eles garoto, você me interessa"
>eita
>"venha comigo" ele ordena
>então caminhamos por algumas horas até chegarmos em um tipo de estrutura
>era como um castelo medieval
>era uma das poucas coisas inteiras desse lugar
>anjos e demônios voavam e andavam por toda parte
>eu não conseguia acreditar, era tão incrível...
>"azazel?" o chamo
>ele me encara
>"por que você me trouxe aqui?"
>ele pensa por uns segundos
>"você não está morto como os outros humanos... isso da uma certa esperança"
>"você deveria ficar ou até quem sabe lutar conosco" ele ri
>lutar?
>ele então aponta para longe
>"aquilo são as trincheiras, onde nós lutamos contra o exército de deus"
>haviam muitos, mas muitos e muitos demônios e anjos lutando contra o que pareciam ser sombras
>aquilo era loucura
>"o que é isso?" pergunto
>"sabe... deus está fraco desde que criou o universo, então ele tem um limite para criar esses exércitos"
>"pode se dizer que ele está em seu ponto mais vulnerável"
>ele não me respondeu...
>"nós lutamos sem parar para que os renegadores não acabem com as almas"
>"é uma batalha infinita que busca um fim"
>...
>como eu posso dizer isso...?
>eu queria ajudar
>mas o que eu faria?
>eu era só uma alma
>"isso é em geral a guerra pelo céu,
deus controla o exército dos renegadores que impede que cheguemos nele"
>"eles são fáceis de matar, mas são muitos"
>"é meio difícil de entender... mas pense assim garoto"
>"aquilo não é deus, é uma forma física, com limitações"
>"deus é tudo que você vê, toca ou sente"
>"aquilo é como se fosse um brinquedo com vontade própria, uma imagem dele com alguns poderes"
>tudo ainda não entrava na minha cabeça
>eu tentava entender quando sinto algo no meu pescoço
>"ah, vamos mya, de uma chance ao garoto" azazel diz
>a lâmina que quase cortava meu pescoço então me deixa devagar enquanto um braço sobre e me abraça
>"ah, do que você está falando? eu amo ele" diz uma garota me abraçando pelo pescoço
>tudo o que vi de começo eram cabelos brancos
>"garoto, essa é uma das boas na luta" azazel fala, ou me alerta
>"ou como normalmente como ele me chama, 'uma psicopata maniaca', não?"
>ele ri
>eu não ri nem um pouco
>ela tinha olhos amarelos e era tão linda que eu não conseguia distinguir se era um anjo ou um demônio
>bom, acho que psicose não é um sinal de anjos
>ela me encara
>se tivesse wi-fi nesse lugar ele não passaria pelo meu cu nesse momento
>"então, curioso pra saber o que acontece nas fronteiras?" ela pergunta
>"não mesmo" respondo assustado
>ela me encara sorrindo por uns segundos e me abraça
>"aaah aza, eu posso ficar com ele?"
>"claro" ele responde sem pensar
>"OQU-"
>tento contestar mas sou levado para cima por mya
>depois de um passeio que parecia ter durado horas com ela me falando de todas as lutas e vitórias nas trincheiras voltamos ao castelo
>é, realmente, ela era uma psicopata
>mas eu de certa forma gostei dela
>eu me sentia seguro e ao mesmo tempo em risco
>foi a primeira vez que tive sensações naquele lugar
>estávamos sozinhos esperando azazel chegar pois ele tinha algo importante para falar
>como sempre ela tinha um olhar assutador no rosto me encarando
>"o que você achou de tudo?" ela pergunta
>"nada que eu possa interferir" respondo
>"eu não diria isso garoto" azazel entra na sala
>"eu quero que isso seja segredo total tudo bem?"
>"nós vamos matar deus"
>nós?
>pfff não mesmo
>tento sair da sala mas mya me puxa para perto dela
>porra
>"você tem uma parte importante garoto"
>não, não mesmo
>"eu sou apenas uma alma, o que eu posso fazer?"
>ele responde com um sorriso
>"seja uma simples alma"
>"aquela coisa não é onisciente garoto, podemos engana-la"
>"achamos um jeito de atordoar o exército deles e passarmos correndo"
>ele então tira uma trombeta de trás das costas
>"conhece isso garoto?"
>faço que não com a cabeça enquanto mya abria um sorriso enorme no rosto
>só podia ser uma coisa ruim
>"isso se chama 'as 7 trombetas do apocalipse' garoto"
>"bom, não mais por que é só uma agora; nós as usamos uma vez para tentar destruir deus mas não conseguimos por conta de serem 7"
>"elas precisavam de tempo para serem trocadas uma depois da outra"
>"então, sem esconder de todo mundo eu fundi as 7 de uma maneira totalmente responsável e segura"
>isso não soou bem
>"mas... como você fez isso?" pergunto
>ele ri
>"é fácil garoto..."
>sua pele então vai de normal para um casco negro cheio de pontas e espinhos
>seus olhos ficam vermelhos em vez de marrons
>seus dentes se tornam presas e chifres ameacaram rasgar sua testa
>e com uma voz totalmente assustadora e distorcida ele diz
>"afinal... eu sou o demônio mais forte"
>ele volta rápido ao normal
>será...
>será que tudo isso era uma boa ideia?
>eu sou só uma alma
>eu deveria mesmo estar envolvido nisso?
>e.... e se eu morresse?
>eu deixaria de existir?
>eu não sabia
>eu só sabia que eles me queriam por perto por algum motivo
>às vezes me pergunto por que minha fé me deixou tão rápido
>por que eu consigo acreditar em demônios
>será que eles realmente estavam falando a verdade?
>meu pensamento é interrompido por mya me abraçando
>ela sorri sem parar
>"ta na hora" ela diz
>o que?
>ela me agarra e saímos voando com meus gritos
>paramos no ponto do castelo onde se viam as trincheiras
>azazel estava parado observando tudo com a trombeta
>mya tampa os meus ouvidos
>milhares de anjos, demônios e criaturas lutavam
>milhares
>era uma batalha infinita
>não via nenhum demônio ou anjo morrer
>mas sempre via mais e mais criaturas surgirem
>eles pareciam renascer toda hora de toda parte
>azazel então empunha o instrumento e toca
>eu não ouvia nada com os ouvidos tampados mas aparentemente funcionou
>mas não do jeito que eu esperava
>tudo o que estava na trincheira começou a morrer
>tudo
>anjos e demônios queimavam
>as criaturas ficaram paralisadas
>mya me agarra e me leva voando até a área atras das trincheiras, sobrevoando-as
>azazel vinha logo atras
>todos os anjos e demônios gritavam de dor e caiam um após o outro
>eles estavam morrendo?
>por que?
>por que eles fizeram isso?
>eu não entendo
>por que eles matariam a si mesmos por uma chance de matar deus?
>era mais fácil ter chamado mais gente
>POR QUE?
>eu me senti indignado por participar disso
>me senti com ódio
>como se eu estivesse traindo a minha religião
>a qual eu nem tinha mais certeza se existira ou se ainda poderia existir
>após as trincheiras entramos em um buraco nas nuvens
>levou cerca de 2 minutos
>as trincheiras agora estavam completas das criaturas
>elas invadiam o castelo
>tínhamos que ser rápidos antes que elas chegassem nas almas
>me deparo então com um lugar familiar
>um local totalmente branco
>era lá
>onde eu conheci ele
>onde meu mundo caiu e a realidade me atingiu
>"fique aqui garoto" azazel diz, tornando-se na criatura horrenda, que tinha mãos de fogo e olhos vermelhos
>mya faz o mesmo
>eles não pareciam ser tão bons nessa forma
>alguns minutos se passam
>2
>4
>6
>10
>a pequena sala na qual os dois entraram não mostrava sinal de vida
>o que eu fiz?
>era que eu deveria realmente ter confiado em demônios?
>por que no castelo eu não tinha visto nenhum anjo?
>as perguntas se vão quando a sala estoura
>mya e azazel são jogados para perto de mim
>eles estavam machucados
>assim como deus
>deus sangrava branco
>seu sangue estava por todo o corpo
>num piscar de olhos ele prende mya no chão com sua mão
>ela grita de dor
>azazel tenta fazer algo mas é atirado para longe
>por favor, se mexe
>meu corpo não queria saber
>deus usava a segunda mão para cortar mya
>por favor
>ele prepara o braço para corta-la de vez
>POR FAVOR
>me atiro na frente da garra
>meu corpo gira quase sem forças
>fumaça sai de três cortes no meu peito
>não doía
>deus olhava pra mim
>mya volta à sua forma normal, provavelmente pois estava sem forças
>azazel estava sentado em uma parede quase morto
>então... falhamos?
>mesmo?
>bom
>não era surpresa
>começo a rir comigo mesmo
>o que uma alma pode fazer?
>deus ainda me olhava
>será que deus na verdade é bom?
>e tudo era inventado?
>talvez tudo fosse realmente pra ser assim
>é.....
>
>
>mas...
>ainda não acabou
>se for pra eu estragar tudo, eu vou fazer direito
>me arrasto sem forças
>eu tinha que alcançar
>deus larga mya que sangrava e caminha em minha direção
>rápido
>tenho que ser rápido
>ele era muito alto e andava com passos longos
>eu tenho que chegar lá
>vamos
>azazel pula em deus e atrasa ele
>mya grita
>"NÃO FAÇA ISSO VOCÊ NÃO SABE O QUE VAI ACONTECER SE UMA ALMA USAR"
>chego na trombeta que estava caída no chão
>deus atira azazel em uma parede
>ele corre até mim
>ainda deitado miro a trombeta nele e assopro com todas as forças que me resta
>
>
>
>abro os olhos
>.........
>nada
>deus estava parado na minha frente
>nada aconteceu
>por que?
>"o que deveria aconte-"
>meu corpo arde em chamas
>fumaça preta sai da minha boca olhos e ouvidos
>não conseguia gritar
>não conseguia ver
>não conseguia ouvir
>minha pele começa a queimar
>sinto ela caindo
>após alguns segundos me debatendo no chão sinto meus órgãos se desprendendo de mim
>a fumaça preta sai
>começo a gritar desesperadamente
>eu já não tinha pele
>me restava apenas alguns centímetros de carne
>boto a mão em meu rosto
>não sentia olhos ou carne
>como eu conseguia ver?
>não tinha como pensar nisso com a dor
>me debato no chão até perder a noção de tudo
>.........
>acabou
>acabou seu tempo
>há uma criatura em minha frente
>o tempo dela acabou
>sua vida imortal tem fim
>tudo tem um fim
>menos a morte
>a morte é eterna
>a morte é uma música
>que nunca para de tocar
>tiro da manga de meu manto preto a foice
>a foice que guiaria
>que mataria
>chego perto da criatura que recua
>com um único golpe corto ela no meio
>sangue branco se espalha por todo o lado enquanto ela grita
>ele deveria saber
>até para os imortais não há fuga da morte
>há mais dois
>porém apenas um com o sinal
>há um homem
>parece tão familiar
>mas não me lembro mais
>seu tempo acabou
>"O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?"
>por que ela grita?
>ela me conhece?
>todos me conhecem
>vozes ecoam
>vozes familiares
>o homem que estava marcado já não tinha mais a marca
>estranho
>ele se levanta
>"uma alma que é atingida pela trombeta encontra a morte, uma alma que a toca, tem a morte em si" ele diz
>não entendo
>"VOCÊ USOU ELE PRA ISSO?" eles discutem
>não importava
>bato com a foice no chão
>o lugar começava a desmoronar
>deus morreu
>o que aconteceria agora?
>não importava
>tudo fica branco
>tudo se transforma
>sou levado até um lugar
>era esse o inferno?
>haviam demônios
>haviam almas
>era isso que deus queria?
>o verdadeiro deus?
>"você conseguiu... você... pelo menos lembra de mim?" a garota diz
>não lembrava e não importava
>não era necessário responder
>"mesmo que você não lembre... desculpa garoto... tudo voltou ao normal... deus nos deu o inferno, deu o céu aos anjos e tudo está como antes... ou quase"
>não entendia
>nem precisava entender
>"e te usei garoto... mas no fim... deu tudo certo" ele diz
>a garota o soca e sai
>meu tempo acabou aqui
>não sei quem eu era antes
>mas eu sei quem sou agora
>o mundo está como deve estar
>eu tinha que ir
>tinha que ir para a terra
>o plano mortal
>tinha que fazer o que eu fui feito pra fazer
>meu trabalho era pegar as almas
>levá-las ao julgamento
>era isso que eu precisava fazer
>afinal
>eu sou a morte