sexta-feira, 2 de junho de 2017

MANICOMIO ( FEELS CAGAÇO )

>ano 2015
>era começo de ano 
>eu era um cara normal 
>tinha 17 anos 
>morava em uma cidade extremamente pequena 
>era praticamente uma vila 
>adorava morar aqui 
>a cidade era na beira de uma montanha 
>então eu sempre subia nela e deitava na grama ao lado do rio que descia pela colina
>eu adorava essa cidade 
>era tão tranquila
>fazia calor no verão 
>nevava no inverno 
>as folhas caíram no outono
>e as flores coloriam a primavera 
>o ar era fresco e puro 
>minha casa ficava na subida da montanha
>era o lugar que eu mais gostava 
>assim que eu saia de casa via um pequeno rio e um espaço de grama 
>deitava lá todo dia 
>e um pouco mais pra cima 
>tinha uma velha construção 
>era feita de madeira, era praticamente um labirinto 
>e como esperado pessoas inventam histórias 
>já houveram pessoas mortas lá 
>era tão grande e confuso que pessoas se perdiam e morriam de fome ou sede 
>a construção era originalmente um hospital
>porém o homem que o construía desistiu na metade do processo 
>então o hospital foi aproveitado 
>porém construíram com dois planos de construções diferentes 
>resultando em uma construção complicada cheia de becos sem saída 
>era um labirinto de madeira 
>quando o hospital foi finalmente inaugurado os médicos se perdiam e não conseguiam antender seus pacientes 
>pessoas morriam 
>se perdiam 
>então o hospital fechou 
>e assim continuou por 60 anos 
>dizem que os espíritos dos mortos ficaram lá 
>pois tinham a esperança de que seriam salvos e receberam abandono como resposta 
>foram deixados para morrer 
>bom, isso não importa muito 
>já faz muito tempo 
>é apenas um dia normal 
>estou deitado na grama como sempre vendo as estrelas que apareciam 
>pouco a pouco elas se mostravam 
>uma coisa se mechando chama minha atenção 
>eu a vejo 
>na ponta do velho hospital
>uma sombra 
>alguém tinha se perdido? 
>já tinha ido naquele lugar antes eu até que conhecia bem 
>resolvo ver oque era aquilo 
>entro no hospital 
>já estava ficando escuro 
>o sol estava se pondo deixando uma luz vermelha sob a madeira 
>entro 
>janelas quebradas 
>salas vazias 
>tudo estava caindo aos pedaços 
>todos os lugares eram parecidos 
>ando por uns cinco minutos 
>estou no corredor principal ele é mais largo que os outros
>então eu vejo no final 
>alguém 
>ou alguma coisa 
>não era grande 
>era totalmente escura com cabelos que cobriam parte do rosto
>seus membros eram podres e escuros
>algum líquido preto pingava de seu corpo 
>tinha olhos grandes e vermelhos
>e tinha um sorriso enorme totalmente assustador 
>em ambas as mãos tinham garras grandes 
>então ela olhou pra mim e sorriu exibindo seus dentes afiados 
>o sorriso se estendia de orelha a olrelha 
>um sorriso que eu nunca me esqueceria 
>era a coisa mais horrenda que eu já tinha visto 
>então ela começa a andar em minha direção em pequenos passos 
>não conseguia vê-la direito pois estava muito mal iluminado 
>e eu estava paralisado de medo 
>"vamos se mecha"
>ela chega mais perto 
>"por favor se mecha"
>digo chorando 
>ela chega mais perto ainda
>os dentes estão a centímetros de mim 
>consigo sentir o cheiro de podre 
>meu corpo sua e treme
>então ela abre a boca 
>grito com todas as minhas forças 
>ela faz o mesmo com uma voz contorcida e distorcida 
>pareciam várias pessoas gritando 
>volto a mim 
>saio correndo 
>posso ouvir os passos dela quebrando o chão enquanto corro 
>ela está logo atras 
>não vou olhar 
>não quero olhar 
>isso não pode ser real 
>não é real 
>vejo a porta da saida
>corro rápido até ela 
>abro com todas as forças 
>e me atiro pra fora 
>......
>oque?
>ei....
>isso era pra dar na saída 
>então porque?
>PORQUE TEM UM CORREDOR AQUI 
>EU TENHO CERTEZA 
>AQUI ERA A SAÍDA
>minha mente desaba
>fecho a porta 
>sinto algo atras de mim 
>eu vou morrer 
>olho devagar pra trás 
>não queria virar 
>então vejo 
>uma garota
>oque? 
>era pálida
>tinha longos cabelos pretos 
>bochechas levemente vermelhas 
>e olhos mortos 
>"uhh... você está perdido?"
>ela tinha uma voz confortável 
>não sei explicar
>"....eu... ah... tinha um..."
>"shhhh tudo bem"
>"esse lugar é estranho, provavelmente você viu um vulto"
>"não... era bem real"
>"hmmmmm... a quanto tempo você está aqui?"
>"olho no meu relógio 
>já tinham se passado 8 horas 
>como assim??
>eu não tava aqui há tanto tempo
>não tinha dormido a noite toda 
>"acho que você viu coisas"
>ela ri 
>será?
>"bom, já está ficando claro, acho melhor você ir"
>ela abre a porta a qual eu fechara 
>e apos ela estava a descida da colina 
>......
>"não quer ir embora?"
>ela ri 
>levanto rápido e dou uma última olhada para dentro 
>"você não vem?"
>ela olha para baixo e sorri 
>"não, estou procurando alguém"
>tento convencê-la mas ela já tinha quase fechado a porta 
>"EI..."
>ela segura 
>"qual o seu nome?"
>"meu nome?"
>"hmmmmm........"
>ela sorri
>"eu te digo amanhã"
>wtf 
>nem fodendo eu volto lá 
>ela fecha a porta 
>desco a colina 
>já é de manhã 
>apenas me deito e apago 
 >dia seguinte 
>acordo lembrando da noite passada
>será que a garota tinha saído?
>lembro da criatura 
>aquela pele podre 
>os dentes afiados
>os olhos vermelhos 
>não queria voltar lá 
>minha mãe me chama para almoçar
>resolvo perguntar pra ela a história do hospital 
>"que hospital?"
>ué 
>"o de cima da montanha oras"
>ela me olha com cara de triste 
>"meu filho aquilo não é um hospital"
>heim?
>"aquilo era um manicômio"
>"mas as pessoas começaram a usar ele para despejar as pessoas que não queriam soltas"
>"políticos honestos, pessoas que desafiavam os ricos e gente desse tipo"
>"as pessoas simplesmente jogavam outras pessoas lá e as deixavam para morrer"
>"os médicos de lá tratavam todos como loucos"
>"varias pessoas morreram de fome ou torturadas"
>"há lendas de que houveram experimentos com humanos lá"
>"dizem que os espíritos continuam lá até hoje, então meu filho não vá lá"
>ela aperta minha mão 
>"por favor"
>eu nunca tinha visto ela assim 
>"tudo bem"
>almoço 
>morava apenas com a minha mãe 
>dia normal 
>vou pra escola 
>encontro meus amigos 
>dia passa 
>fim do dia 
>o mesmo por do sol vermelho 
>a mesma colina 
>e o mesmo vulto no velho manicômio 
>eu não deveria... 
>mas estava curioso demais 
>resolvo ir 
>abro a porta da frente 
>e lá estava ela 
>"hmmm... não achei que você voltaria"
>ela se aproxima sorrindo
>"vim ver se você estava bem, sabe... esse lugar é pior do que você imagina"
>"eu sem muito bem que lugar é esse"
>ela sempre sorria 
>"então porque vem aqui?"
>"já disse, estou procurando uma coisa"
>"mas oqu-"
>"ei, vamos fazer algo legal?"
>"heim?"
>"vem, vou te mostrar o resto desse lugar"
>então ela me levou para dentro 
>conversamos muito 
>ela disse que estava procurando sobre a história das pessoas que haviam morrido ali
>ela não frequentava escola e morava um pouco acima de mim na colina
>disse que sua casa era em cima do manicômio 
>wtf
>apesar do lugar ser extremamente sombrio 
>era como se fosse uma mansão só pra nós 
>era divertido estar com ela 
>resolvo ir, já tinham se passado horas 
>"te vejo amanhã?"
>ela sorri
>"claro"
>saio 
>resolvo perguntar o nome dela antes de sair
>mas quando olho pra trás 
>vejo atrás dela 
>aquela coisa 
>com aquele sorriso 
>e aqueles olhos 
>aquilo puxa ela pra trás 
>corro para tentar ajudá-la 
>mas a porta se fecha 
>sangue começa a escorrer por baixo da porta 
>"não.... NAO NAO NAO NAO"
>corro até em casa 
>não podia falar para a minha mãe 
>ela não iria para aquele lugar 
>pensei em chamar a polícia 
>mas eles levariam horas 
>não sabia oque fazer
>resolvo voltar 
>estava com medo 
>mas prescisava ajudá-la 
>chego lá 
>abro a porta devagar 
>não vejo nada 
>o sangue continuava lá 
>entro 
>deixo a porta aberta 
>meus passos ecoavam nos corredores 
>assim como a madeira gritando junto 
>passo vários corredores 
>então vejo ela 
>encostada em um canto 
>chorando 
>"caralho você ta bem? eu vi sangue na saída, oque era aquela coisa?"
>ela treme e me olha 
>"ta tudo bem.... eu não tô machucada....eu... eu só não quero.."
>ela chora 
>"eu só não quero mais ver aquilo.. eu cansei de ficar sosinha..."
>"tudo bem, você pode vir pra minha casa eu explico tudo..."
>ela chora mais 
>"não eu não posso... eu quero muito eu juro mas eu não posso"
>"mas porque?"
>então eu sinto um leve frio nas minhas costas 
>"você tem que fugir"
>congelo 
>"por favor sai daqui"
>olho com dificuldade pra trás 
>lá estava mas uma vez 
>aquela coisa 
>"por favor eu não quero que você veja isso" 
>aquilo pôs suas mãos em mim 
>e me atirou para o lado 
>então se dirigiu para a garota 
>"POR FAVOR NÃO OLHA ISSO"
>ela fica as unhas em sua barriga e a levanta 
>então morde seu pescoço e arranca uma parte dele
>ela empurra sua cabeça contra a parede várias vezes 
>a esfaqueia com as garras
>ela cava na sua barriga arrancando tudo de lá 
>eu não conseguia me mecher 
>era demais pra mim 
>o corpo da garota olha pra mim 
>então ela fala 
>"por favor vai embora"
>como ela tava viva???
>com a pouca coragem que me restava joguei um pedaço de madeira naquela coisa
>ela para 
>vira o rosto devagar para mim 
>fudeu muito 
>então ela sorri 
>coberta de sangue 
>e sai 
>sem fazer mais nada 
>o corredor antes marrom agora era vermelho 
>haviam órgãos espalhados por todos os lados 
>pelo menos pedaços deles 
>me aproximo da garota 
>"ei.... ei.. não va agora"
>era idiota, ela estava aberta mas não conseguia aceitar 
>"por favor"
>então percebo 
>o corpo dela não estava mais lá 
>mas... 
>algo me toca 
>"ei..... tudo bem?"
>oque??????
>a garota estava atrás de mim 
>"mas....."
>ela me abraça 
>ela era gelada
>"desculpa.... não queria que você descobrisse assim"
>"meu nome é mia, eu morri neste lugar há 64 anos atrás"
>"não..."
>não queria acreditar 
>mas tinha acontecido tudo na minha frente 
>eu vi ela morrer 
>eu vi seu sangue jorrar 
 >eu vi seus órgãos saírem 
>eu vi ela fechar os olhos 
>estava com medo demais 
>"você vai me matar?"
>então ela me aperta mais 
>"desculpe....mas ninguém pode saber disso"
>"não era pra você descobrir"
>tento me soltar mas era inútil 
>ela me joga sentado contra a parede e me segura com os braços 
>"eu prometo ser rápida então apenas feche os olhos..."
>fecho 
>"só vai doer um pouco... então podemos ficar juntos por muito tempo"
>"você não precisará voltar pra casa"
>"nem comer, nem dormir, apenas aproveitar"
>estou tremendo 
>sinto a mão dela correr do meu peito para o meu rosto 
>então ela fez 
>sinto algo em minha boca 
>ELA TINHA ME BEIJADO??
>abro os olhos e encontro os dela 
>ela me empurra no chão e continua
>oque ta acontecendo? 
>então ela solta a minha boca 
>"porque?"
>ela começa a rir 
>quase morreu rir
>não pera
>"você realmente achou que eu ia te matar?"
>ela cai se contorcendo de tanto rir 
>vaca
>empurro ela 
>rimos 
>conversamos muito depois disso 
>sobre o porque ela estar lá 
>ela diz que não se lembra de sua morte e que talvez prescisava saber 
>e conversamos sobre a coisa 
>ela chama de "a sombra"
>aquilo basicamente a matava ou torturava ela quase todo o dia 
>era basicamente um passatempo e ela não sabia o motivo 
>talvez estivesse relacionado a história de como eles morreram 
>resolvo ajudá-la, afinal.. acho que gostava dela 
>passamos o dia conversando denovo 
>o tempo parecia parar quando estava com ela 
>já era hora de ir 
>ela se despede com um beijo 
>resolvo pesquisar sobre oque aconteceu neste lugar, talvez conseguisse mandar a sombra pra longe
>chego em casa 
>pergunto pra minha mãe se ela sabe de algo do antigo manicômio 
>então ela desabafa 
>"você viu ela, não é?"
>não sabia se falava da mia ou da sombra então apenas concordei 
>"filho tem algo de errado com aquela garota, há muito tempo atrás eu a conheci"
>"ela parece ser gentil e uma ótima pessoa mas ela esconde algo"
>"meu filho ninguém morto continua na terra por um motivo bom"
>"bom, você já é maduro o suficiente pra tomar suas próprias decisões, mas por favor tome cuidado"
>eu sabia no fundo 
>mia era um fantasma 
>uma assombração 
>uma alma que por sofrimento não subiu ou desceu 
>mas ela nunca tentara me machucar ou algo do tipo até então 
>decido ir procurar algo na cidade 
>lembro do pai de um dos meus amigos 
>ele fora internado no pequeno período em que o lugar funcionou 
>resolvo falar com ele 
>falei pro meu amigo que queria expulsar um demônio pra salvar minha namorada fantasma 
>não, não falei mas ia ser engraçado 
>antes de ir avisaria mia 
>subo a colina 
>porta fechada 
>sangue 
>caralho denovo 
>corro pra dentro 
>procuro por ela 
>corredor principal
>nada 
>salas dos corredores 
>nada
>entro cada vez mais 
>estou desesperado
>prescisa a encontrar ela 
>não queira a ver sofrer mais 
>enfim as encontro 
>os gritos de mia agora podiam ser ouvidos da entrada 
>a sombra segurava ela pela perna 
>estava quebrando suas costelas expostas pelo peito totalmente aberto 
>"mia...." lágrimas escorrem 
>ela sorri, como sempre 
>caio de joelhos 
>a sombra continua quebrando suas pernas, depois braços, parte após parte
>ela se esforçava para não gritar 
>eu também 
>não podia fazer nada denovo 
>prescisava viver para podermos nos livrar dessa sombra 
>finalmente o corpo "morto" se transforma em puro sangue 
>não era mais um corpo, apenas um amontoado de ossos com carne e sangue 
>sinto uma mão atras de mim 
>mia 
>ela tremia e chorava, tanto quanto eu 
>abraço-a 
>a sombra vai para outro lado 
>"eu vou te tirar daqui"
>levo ela até a saída 
>andamos até a minha casa 
>ela pode sair de lá mas não muito mais longe 
>minha casa era muito perto daquele lugar, então ela podia andar até lá 
>a boto deitada na minha cama 
>minha mãe não poderia saber disso 
>"apenas durma, não vou te deixar com
aquela coisa"
>ela não disse nada 
>compreendo 
>apenas me deito abraçado com ela 
>manhã 
>acordo com ela chorando 
>oque?
>"ei mia oque aconteceu"
>ela me olha desesperada 
>"por favor me desculpa"
>?
>a porta do quarto estava aberta 
>assim como a da minha mãe 
>levanto e ando até lá 
>os choros ecoam pela casa 
>"mae?"
>la estava 
>a minha mãe e a sombra 
>ela estava esquartejada 
>sua cama branca agora vermelha transbordava sangue 
>"MAE NAAO"
>a sombra sorria 
>não me conti 
>nessa hora a raiva tomou conta de mim 
>pego uma peça de porcelana a quebro eu vou pra cima da sombra 
>mia entra
>"NÃO, NÃO FAÇA ISSO"
>era tarde 
>eu arranco um pedaço do rosto da sombra 
>então ela sorri 
>ela começa a rir com aquela voz distorcida de várias pessoas 
>"HAHAHAHAHAHA, AH MEU JOVEM EU ESTAVA AGUARDANDO POR ISSO"
>dou um passo pra trás 
>"ATÉ AGORA EU NÃO TINHA MOTIVOS PRA TE MACHUCAR MAS AGORA...HAHAHAH 
>"AGORA....."
>"NÃO ESPERA"
>mia interrompe 
>"por favor não faça nada com ele"
>ela tremia de medo 
>"OH MINHA DOCE CRIANÇA, POR QUE?"
>"ELE JÁ DEVE ODIA-LA A ESTE PONTO"
>"VOCÊ FALOU QUE SABIA QUE ISSO PODERIA ACONTECER?"
>oque?
>"mia você..."
>"desculpa.... eu sabia.. mas não achei que ela realmente viria.."
>"eu estou cansada.... isso acontece há 60 anos.... eu não aguento mais..."
>então a sombra joga mia para o lado e se dirige à mim 
>"NÃO ESPERA... EU.. EU TE DOU UMA SEMANA"
>a sombra para
>olha com um sorriso para ela 
>"você tem uma semana, eu não vou correr ou me esconder"
>"você pode me matar quantas vezes quiser por uma semana"
>"mia não faz isso"
>"não... eu já te fiz sofrer demais... a gente deveria parar de se ver... tudo foi um erro"
>"desculpe... não volte mais aquele lugar"
>"mas mia.."
>então as duas desaparecem num piscar de olhos 
>"MIA!!"
>queria ir atras dela 
>mas tinha coisas mais importantes 
>tinha que cuidar do funeral da minha mãe e explicar oque aconteceu 
>tudo levou 3 dias 
>o funeral era hoje 
>as pessoas começam a chegar 
>a casa está lotada neste momento 
>todos me cumprimentam 
>olho para minha mãe e penso 
>eu deveria ter tomado mais cuidado 
>deveria ter te ouvido mãe....
>um velho senhor vem falar comigo 
>pergunta quem fez isso 
>acho que deve ser o pai do meu amigo 
>contei o mesmo que contei para os policiais 
>alguém arrombou a casa e fez isso enquanto eu estava fora 
>colou 
>cidade pequena
>"isso parece obra dela"
>"dela quem?" pergunto 
>"venha aqui garoto, vou te contar uma história"
>"já faz mais de 60 anos mas aquele manicômio é uma prisão para as almas"
>"quando fui internado por motivos necessários eu pude ver o desastre do lugar"
>"médicos famosos iam até lá pois podiam livremente brincar com os espécimes"
>"todos os dias alguém era torturado ou morto"
>"ao total morreram cerca de 24 pessoas morreram lá"
>"porém, mesmo nos dias mais sombrios, haviam almas caridosas pra nos confortar"
>"era uma garota um pouco mais nova que você"
>mia...
>"ela mantia nossa sanidade e esperanças"
>"dizia que um dia sairíamos de lá"
>"ela trazia conforto para todos"
>"porém todos os 24 pacientes os quais ela cuidava morreram ao longo do tempo"
>"então por fim, a garota falecera após o último paciente morrer"
>"sem explicações"
>"tempos depois o hospital foi fechado"
>"porém as almas ficaram...não é?"
>ele sorri 
>concordei
>"meu filho, o laço que essa criatura tem com a garota é um laço de conforto"
>"para essa coisa ela é apenas um brinquedo para satisfazer sua agonia e sofrimento"
>"e esse sentimento era tão forte que fixou a alma dela naquele lugar" 
>"então como eu posso me livrar dela?"
>"há dois jeitos"
>"você pode fazê-las aceitarem sua morte.. oque pode ser um pouco complicado."
>"ou queime os restos físicos"
>"o fogo purifica a alma"
>"mas onde posso achar os restos deles?"
>"quando eu saí do manicômio eu vi.. e uma sala com uma cruz preta"
>"ache ela garoto, aliás, aquilo já pode te tocar?"
>confirmo 
>"ah entendo... então você tem um problema.."
>"bom, creio que isso foi de boa ajuda, boa sorte garoto"
>o funeral acaba 
>o corpo e levado 
>e eu tinha uma tarefa nova
>salvar mia e libertar as almas 
>me preparei logo no dia seguinte 
>gasolina 
>isqueiro 
>e pronto 
>dou uma umtima olhada na casa 
>talvez fosse a última vez que a veria 
>então entro na construção 
>devagar 
>podia ouvir gritos ecoando 
>mia... me aguarde 
>já fazem 4 dias que ela está sendo torturada sem parar 
>me apresso 
>começo a procurar a sala com a cruz preta
>vou pelos corredores que conheço 
>nunca tinha visto essa sala antes
>entro em áreas novas 
>corredores começam a ter fotos 
>pacientes 
>eles estavam em estado miserável 
>após algumas fotos, vi a foto do senhor 
>ele parecia bem na foto 
>logo após ele vinha mia 
>ela era linda 
>os mesmos cabelos longos e pretos 
>as bochechas levemente rosas 
>e o mesmo olhar morto 
>que de algum modo era atraente 
>continuo procurando 
>as salas vão ficando mais estranhas 
>portas fechadas 
>com cadeados 
>e no fim do corredor 
>la estava 
>a cruz preta 
>estava com um cadeado 
>simplesmente chuto a porta 
>a madeira estava podre 
>começa a ceder 
>mais um chute 
>quase 
>no terceiro quase quebrou 
>mas oque quase quebrou foi a minha perna 
>a sombra agarrara ela 
>me joga para longe 
>"FIQUE LONGE DESTA SALA"
>alguém me levanta 
>oque??
>era o senhor do funeral 
>"vamos garoto, falta pouco"
>"SENHOR, O SENHOR TEM QUE SAIR DAQUI É PERIGOSO DEMAIS"
>ele ri 
>e então começa a andar na direção da sombra 
>"oh lucy.... olhe para você... você não é assim... você é uma boa pessoa.."
>"você ao menos lembra de mim?"
>a sombra manteve o foco nele 
>comecei a andar em direção à porta 
>"oh lucy minha querida... eu tentei te dar o meu coração.."
>"mas o médico nunca veio afinal não?"
>ele chora 
>"porem ainda assim alguém levou o meu"
>ele abre sua camisa e revela um buraco onde deveria estar seu coração 
>"lucy eu não posso descansar enquanto você estiver assim"
>então nem todos eram ruins....
>arrombo a porta 
>a sombra tenta me impedir mas o senhor a segura 
>o senhor segura a sombra por uns minutos 
>rapidamente procuro os restos em todo o lugar 
>acho os ossos todos juntos em um compartimento 
>jogo gasolina
>e o isqueiro 
>fogo preto começa a queimá-los 
>ao mesmo tempo a sombra começa a se contorcer 
>o senhor continua falando 
>"oh lucy me desculpe, só vai doer agora... mas a partir de hoje podemos ir não é?"
>a sobra de contorcia 
>seus membros começam a cair 
>o liquido preto a cobria por inteiro
>ela estava se despedaçando 
>o mesmo fogo preto agora rodeava seu corpo podre 
>almas começam a sair da boca dela 
>uma a uma, todas as 24 
>por fim à sombra se despedaça por
completo 
>algumas das almas tomam formas e vão para lugares diferentes 
>então uma senhora se junta ao senhor 
>"oh lucy.. como é bom te ver..."
>ele olha para mim 
>"obrigado garoto...." 
>e eles desaparecem 
>mia 
>corro por todos os lados 
>não a achava 
>"MIAA"
>tinha me localizado 
>fui até a saída 
>mas algo me puxa 
>ela me abraça 
>"obrigado.........."
>"muito obrigado......" 
>ela chora 
>eu também 
>continuamos no chão abraçados por quase uma hora 
>não conseguíamos nos separar
>nunca mais a perderia denovo 
>após gastarmos todo o nosso estoque de lágrimas resolvemos sair
>então fomos para a minha casa 
>"eu não achei que você voltaria por mim..."
>"claro que voltaria...."
>deitamos na cama abraçados 
>ela me olha nos olhos e diz 
>"eu te amo..."
>sorrio 
>"eu também" 
>passamos a noite juntos 
>continuamos por alguns dias essa rotina 
>acordávamos 
>íamos ao manicômio 
>conversávamos 
>então dormíamos 
>estava perfeito 
>não podia pedir por mais nada 
>após quatro dias ela me diz 
>"obrigado por tudo nathan.... mas vamos terminar ok?.. desculpa...."
>oque?? 
>"como assim???"
>"eu não tenho mais motivos para ficar aqui, logo vou desaparecer e eu não quero que você veja isso..."
>"como assim... NÃO"
>"nos podendo fazer algo.. se te levar-nos ao manicômio deve ter alguma coisa.. já sei.."
>"tudo bem..." ela diz sorrindo 
>"eu posso pesquisar sobre alguma coisa desse tipo alguém deve saber..."
>"tudo bem..." ela começa a tremer
>"nos podemos ficar juntos não se preocupe eu vou dar um jeito"
>"CHEGA, NÃO TEM JEITO EU JÁ TENTEI TA BOM? NÃO EXISTE NADA QUE NOS POSSAMOS FAZER"
>começo a chorar
>"EU NÃO QUERO ISSO"
>ela também 
>"E POR ISSO QUE EU VOU SAIR AGORA NÃO QUERO QUE VOCÊ ME VEJA DESAPARECER"
>não, não vai ser assim 
>"NÃO, EU TENHO DIREITO DE FICAR COM VOCÊ ATÉ O FINAL, VOCÊ ME DEVE ISSO"
>ela desaba em lágrimas 
>"por favor... eu não posso... me deixe.."
>"não vou deixar..."
>"me esqueça..."
>"não vou esquecer" 
>"eu quero ficar com você até o final..."
>ela aceita com receio 
>é noite 
>estamos sentados do lado de fora de casa no gramado 
>as estrelas iluminavam a noite 
>o rio tocava a música da água 
>mia contava sobre sua vida 
>"eu costumava vir aqui quando era criança.. adorava ver as estrelas.."
>estávamos apoiados um no outro 
>"eu queria ter mais tempo com você..."
>ela me olha e me beija 
>"não se preocupe... amanhã nos vamos acordar e fazer um pa------"
>sua boca se mechia mas não conseguia ouvir 
>"mia sua voz...."
>ela tapa a boca com cara de triste 
>corro até em casa e pego um caderno e uma caneta 
>ouça essa música: https://m.youtube.com/watch?v=2Pfwpddq-LU
>ela escreve conforme eu falo 
>'eu não tenho muito tempo...'
>"é... eu sei"
>'promete não chorar?'
>"oque? claro que não vou!" digo com lágrimas e um sorriso 
>'mesmo?'
>"claro que não! já sou um adulto"
>'eu vou ficar preocupada se você chorar...'
>a imagem dela começa a ficar transparente mas ainda consigo ver suas lágrimas 
>'me prometa que a partir de hoje você vai sair mais e conhecer pessoas novas...'
>ela continua a escrever 
>'me prometa que vai achar alguma garota nova'
>'então você vai gostar dela e ser tão bom quanto você foi pra mim'
>"..... prometo.... pode ser difícil no começo mas eu prometo...."
>'obrigado.....'
>'um último pedido....'
>'esqueça sobre mim'
>começo a soluçar 
>"mia por favor não...."
>'prometa...'
>não contenho meu choro 
>"mia........."
>'você está me deixando preocupada...'
>"tudo bem.... eu vou esquecer de você.... vou achar uma garota e vou amá-la, seguirei minha vida sem você....."
>'obrigado.... muito obrigado'
>'eu te am-'
>a caneta cai
>"MIA NÃO, NÃO AINDA NÃO POR FAVOR"
>caio de joelhos 
>"mia não..."
>então vejo ela denovo mais uma vez 
>ela estava na minha frente 
>ela bota suas mãos no meu rosto e me beija 
>boto minhas mãos sobre o rosto gelado dela 
>nos beijamos até as minhas mãos atravessarem seu corpo 
>mia desaparecera 
>"MIAA NÃO"
>começa a chover 
>não quero sair dali 
>apenas protejo o caderno da chuva 
>as estrelas brilhavam 
>"espero te reencontrar um dia...."
>"me espere até lá, por favor..."
>"acho que não vou conseguir cumprir minha promessa... hahaha desculpa"
>entro em casa 
>lembro de nossos momentos 
>conversas 
>noites 
>então pego o caderno
>escrevo a última coisa nele 
>'eu também te amo'

Nenhum comentário:

Postar um comentário