>eu, 17 anos >na casa de um amigo jogando vidya com ele >vontade monstra de cagar >tínhamos comido num restaurante mexicano mais cedo >burritos começam a querer virar espertitos na minha barriga >digo que ja volto e corro pro banheiro >começo a liberar el merdito >doce alivio divino >vou catar o rolo de papel higiênico >acabou >olho em volta, nada de papel >preso no banheiro do primeiro andar da casa >penso em gritar pro meu amigo vir me ajudar >seria zuado pro resto da vida, melhor não >procuro por outras alternativas ao papel pelo banheiro >meu radar detecta dois alvos: >a revista de carros do pai do muleque >a bíblia da mãe dele >dilema >pai dele e grandão, ama carros e provavelmente e agressivo >mãe e uma moça tranquila, baixinha e serelepe, me sentiria mal de zuar a bíblia dela >pai dele me surraria >0 fodas dadas pra religião (era ateu revoltz na época) >arranco umas paginas do meio do velho testamento >ninguém lê essas partes mesmo >papel fino como a foda, corta minha bunda pra caralho >10 paginas depois, estou limpo >levantando a calça quando sinto o segundo impacto >nem deu tempo de dar descarga >minha bunda virou uma das sete pragas do egito >depois do terceiro round eu fico sentado por uns 20 minutos só pra ter certeza de que tinha ido tudo >meu amigo chega e bate na porta, pergunta se ta tudo bem >digo que já vou sair, só estou terminando de levar a família burrito ao parque aquático >me limpo pela quarta e ultima vez >neste moment 1/4 do velho testamento deixou de existir >privada ta mais cheia do que devia >tenho que ser rápido, meu amigo ta do lado de fora da porta >tentei dar umas descargas fracas pra ver se descia, mas tem muito papel >vejo que tem sabão anti-bactéria na pia >posso lavar as mãos >enrolo as mangas da camisa e começo desentupir com as mãos >de joelhos misturando a massa de bolo de chocolate com papel >oqueaconteceucomaminhavida.jpg >acho que foi suficiente, dou descarga >começa a transbordar >paginas rasgadas do velho testamento cobertas de merda começam a se espalhar pelo chão >privada começa a fazer barulho pra caralho >amigo começa a socar a porta e pergunta o que eu to fazendo >privada começa a fazer mais barulho >parece um idoso arrotando e tendo um derrame ao mesmo tempo >barulho para >eu o tempo todo em choque, ajoelhado com as mãos cheias de merda na testa >amigo arromba a porta gritando >para no meio do grito, olhando pra mim >eu pasmo, sujo de bosta nas mãos e no rosto >tem um pouco na minha calça >água amarronzada e paginas do velho testamento cobrindo o chão >bíblia da mãe dele no chão, ensopada com sopa de fezes >escuto os pais deles chegando da sala >amigo paradão perplexo, não sabe o que fazer >a mãe dele vê o banheiro, fica em choque e começa a chorar >"Minha avó me deu essa bíblia um mês antes de morrer de câncer" >o pai dele chega poucos segundos depois >chocado, mas vê as paginas da bíblia e começa a rir >sai andando, ainda rindo >da um berro no fim do corredor >"Anão, tu tá FUDIDO" >mãe do amigo aos prantos >"Por que você fez isso, Anão?" >varias e varias vezes >eu começo a chorar também, mas pareço um babuíno raivoso quando choro >ela pensa que eu to zoando com a cara dela e sai chorando mais >escuto o pai dele abrindo uma cerveja na cozinha >tento me explicar pro amigo, me da um soco na cara >me puxa pelo capuz do casaco e me bota pra fora da casa >na rua, por volta de 2km da minha casa, sem carona, coberto de merda e papel >começo a andar de volta pra casa >10 min depois uma moça para e pergunta se preciso de carona >aceito >começa a dirigir >percebe a merda secando em mim >jogando conversa fora >alguns segundos depois ela sente o cheiro de merda tomando conta do carro >encosta na calçada, começa a falar chines e sinaliza pra eu sair do carro >sim, era uma chinesa, mas falava português normalmente >saio do carro >ando mais um pouco (quase em casa já) >chego em casa, entro escondido dos meus pais e tomo um banho >tento ligar pro meu amigo pra me explicar, ninguém atende >quarta tentativa, meu amigo atende, grita dizendo pra eu parar de ligar e desliga na minha cara >na semana seguinte os vizinhos e coleguinhassrsrrs do colégio ficam me olhando muito >começo a ouvir "odiador de mães", "garoto satânico" e "velho borramento" pelas costas >os apelidos se espalham como fogo em palha >juvenis que nunca falaram comigo me chamando essas parada >uma das minhas amigas mais próximas que e crista se afastou de mim e acabou parando de falar comigo de vez >a historia chega no ouvido dos professores, alguns dias depois sou chamado na sala do diretor >me diz que estou sendo expulso por "ridicularização nojenta de crenças religiosas" >meus pais descobrem >mãe começa a agir estranho comigo >mais tensa, me olha bastante >parece que ela pensa que não me conhece >meu pai pensa que eu só to na minha fase rebelde e preciso de tratamento mais rígido >2 horas depois, ele ta no telefone com um recrutador do exercito >alistado >fast forward pro quartel >tudo bem de início >primeiros dias foram tensos, mas meu corpo começa a se acostumar >um dia eu recebo um envelope de um pessoal do meu antigo colégio >tava cheio de fotos minhas, fotolojadas pra parecer que eu limpava a bunda com a bíblia >atrás de cada foto tem um apelido >um cara curioso vem e tira o envelope da minha mão >uns minutos depois o quartel inteiro ta passando as fotos e rindo como a foda >alguns acharam o email do meu amigo e perguntaram sobre a historia por trás das picas >algumas horas depois eu percebo um cara me olhando pra caralho >descubro que ele veio de uma família muito conservadora e me odeia pelo que eu fiz >ele esbarra em mim e eu tenho puxar assunto >quando ninguém mais prestava atenção, ele disse que se algum dia estivéssemos em combate >ele atiraria em mim e diria que foi bala perdida >percebo que os sargentos me deixam de fora dos treinamentos varias vezes >começamos a treinar com munição de verdade >dia do treinamento com munição real >vou pro banheiro de manhã >percebo que todo mundo ta me olhando >no vaso, percebo que tiraram o papel todo, e não tem nada lá exceto uma bíblia >começo a gritar, só ouço risos como resposta >todo mundo vai treinar e eu fico lá >começo a arrancar páginas daquela putanhesca e me limpar como se não houvesse amanhã >corto minha bunda again, começa a sangrar >começa a pingar sangue em tudo, não tem como botar o uniforme sem manchar >arranco um maço de páginas, enrolo e coloco entre as nádegas, tipo uma salsicha em um pão >arranco mais umas paginas e faço uma especie de fralda geriátrica >uso sob o uniforme >faz barulho, mas eu vou me atrasar se for ajeitar >antes do treinamento armado temos que marchar em formação >10 minutos marchando e o sargento percebe o som >sargento pede pra todo mundo parar e pergunta quem ta lendo >todos olhando pra mim >sargento me pede pra correr sem sair do lugar >barulho alto como a fornicação >me pergunta o que a fornicação é esse barulho >garganta fecha, não consigo responder >da ordem pra eu baixar as calças >fraldinha geriátrica do vietnam exposta >ele xinga baixinho e me diz pra dar 200 voltas no acampamento >meia hora depois, correndo pela mata menos visível do acampamento >ninguém mais ninguém menos que XxVingador_de_JesusxX que disse que me mataria se pudesse, sai de trás de um arbusto >tem uma garrafa de dreher (pra quem não manja, é um uísque) em uma mão e uma pistola na outra >me acerta na cara com a garrafa e me da um tiro no pé >joga uísque na minha boca e na minha cara enquanto eu grito >sai correndo >sargento vem me procurar >caso é registrado e investigado >vingador inventou uma lorota lixosa >disse que eu bulinava ele por causa da religião >e zuando ele por estragar a bíblia dele >eu sou exonerado por intolerância religiosa, beber e imprudência >descobri depois que ele só recebeu uma advertência formal por ter desaparecido do exercito >me mudo de volta pra casa dos meus pais >meu pai desapontado comigo, mãe não fala mais >mando meu currículo pra alguns lugares >meu nome e história foram espalhados e nenhum negócio na cidade queria ter nada a ver comigo >um mês depois, meu pai acha que sou vagabundo e que não procurei por emprego >me bota pra fora de casa >sem teto, começo a catar lixo >vivo como mendigo por 2 anos >desumanizante e nojento a princípio >consigo comida nos bandejões de 1 real >começo a ir de cidade em cidade >as vezes revirava lixo a noite quando tava com fome >primeiro inverno, conheci e fiz amizade com dois outros catadores >beiço e josé >beiço porque ele cortou a boca numa latinha quando fumava crack, o corte infeccionou e o beiço dele ficou enorme >a namorada do josé morreu de overdose de heroina 3 meses atras >conheci os dois debaixo de uma ponte fora da cidade >passamos a viajar juntos >acordo no meio da noite e escuto uns barulhos estranhos >um chupando o pau do outro >viro pro lado e tento voltar a dormir >um mês depois tentaram me matar >nos 3 andávamos por uma cidade >vejo uma nota de 50 >todos pensamos "bebida!" >eu quero algo bom, mas beiço é alcoólatra >quer quantas cachaças de 5 reais puder comprar com 50 dilmas >fornique-se, eu que achei >josé vem pra cima de mim com metade de uma tesoura >do nada >me fura 2x na perna, pega o dinheiro >filhos da puta correm >nunca mais os vejo >3 dias depois fico com febre por causa da infecção >caio na varanda/quintal de alguém >pus das feridas sujando meu jeans velho >um policial encosta e me diz pra continuar andando >tento ficar de pé, perna dói demais >policial me levanta e grita "vai andando!" >me empurra, seguro minha perna com dor >ferimento aberto e sangrando de novo >policial finalmente vê minha condição >me leva pra um abrigo pra sem tetos na cidade vizinha >não disse nada no caminho inteiro >no abrigo, uma ruiva 7.5/10 chega com um kit de primeiros socorros e uma caixa de luvas >ela parece realmente se preocupar com minhas feridas >primeira vez sendo tratado como ser humano por uma fêmea em anos >ereção tímida começa a se propagar nas minhas calças >ela nota, olha com nojo >peço desculpas >ela ri meio nervosa e trata os meus ferimentos >me da um tubo com antibióticos >me diz que aquilo não vai me deixar doidão e só vale alguns trocados >depois de alguns dias as feridas começam a cicatrizar >abrigo me manda embora e eu volto a catar lixo >alguns meses se passam, chegou o inverno >vagando pela cidade, 1 da manhã >ruas vazias >acho um casaco de inverno em perfeito estado junto com uma pilha de lixo >andando, vejo uma deposito na esquina >eu sei que é uma puta, mas ela ta quase pelada >ta bem frio, ela se treme >chego nela e digo oi >pergunta se eu tenho dinheiro - não >me manda vazar >ofereço meu casaco, ela me olha estranho por uns segundos >diz que não pode se cobrir durante o trabalho >me agradece e sorri >não parece tao vadiosa >meio usada, mas ainda tem uma pontinha de dignidade >fiquei batendo papo com ela, pra ela não pensar no frio >por volta de 3 da manhã um golf todo sujo encosta >um paixão paixãoso no volante, grita "Denise" >o nome dela era Denise >me olha como se fosse me matar e pergunta se eu era um cliente >digo que não, ele me diz pra vazar dali >enquanto eu saio, ele começa a bater nela e perguntar quem eu era >joga ela no carro >fico pensando nela o dia todo >durmo num beco vazio >na noite seguinte, voltei pra mesma esquina e ela tava lá >com o olho roxo e contando dinheiro com pressa >ela diz que o samuca vai matar nos dois se me vir de novo >digo a ela que só estou passando por ali >sento atras de uma caixa no beco fora da visão dela >conversamos noite toda, entre cada cliente >quase 3 horas, ela me diz pra ir embora antes que o samuca chegue >vazo >fazemos isso por quase um mês >formamos um laço, somos amigos >o catador e a prostituta >ela diz brincando que deveriam ter crianças baseadas na gente >um dia samuca chegou no seu golf umas horas mais cedo >me botou contra a parede com uma arma apontada pra mim >perguntou calmamente quem eu era >"Anão, só um catador" >tento dizer a ele que sou só amigo da denise >tem dois caras com ele, eles me revistam pra ver se tenho dinheiro escondido >não tem >realiza que não to comendo ela de graça, estou muito sujo pra isso >me solta, me chuta e manda eu ir me fornicar >diz que estou sujando o produto >diz que vai atirar em mim se me vir la outra vez >apareci no ponto da denise na noite seguinte só por uns segundos >disse adeus e fui embora >nunca mais a vi >uma semana depois, estou na área urbana mais movimentada da cidade >comendo uma lata de atum >vejo o golf do samuca vindo na minha direção >corro pra um beco e ele para o carro >escuto vários pessoas atras de mim, correndo >eles me alcançam e me derrubam >eu viro de frente, samuca me olhando >ele puxa uma arma e senta numa caixa >acende um cigarro e se acalma >"Denise é a única razão de eu não te matar hoje" >descubro que ela inventou um monte de lorotas pra eu não ser morto >entre elas que eu era um "contrabandista profissional procurando emprego" >digo que manjo dos contrabandos, sou sorrateiro >meu cérebro se caga de felicidade quando ele me pergunta se quero fazer 2k >fode sim >me deu um pacote embrulhado em plastico bolha e me disse pra levar pro outro lado da cidade >não confia nos capangas dele pra fazerem o serviço >disse que ia atirar em mim ali mesmo se eu recusasse >obviamente aceitei >me disse que se eu falhasse ele mataria a denise >eu disse que conseguiria >me da um guardanapo dobrado com um endereço e "fusca amarelo" escrito >pego a foda fora >quando chego no lugar tem dois chineses num fusca >vou ate a janela >um me vê, puxa a arma >eu paro e tiro o envelope da jaqueta >janela abaixa >dou o pacote pra ele e saio de la >algumas quadras de distância dali, escuto gritaria e pneu cantando >viro pra trás, o fusca ta vindo pra cima de mim >passageiro com a arma apontada pra fora da janela >me jogo no chão quando eles passam e entro na primeira rua que eu vejo >me escondo ate achar que eles foram embora >ouço o carro dando voltas no quarteirão >fico desesperado e tento correr pra me esconder mais longe dali >me veem >tento correr mas tomo um tiro na perna >o carro para, um asiático sai >me pega pela gola, mas ela rasga >me pega pelo pescoço e me da dois tiros na barriga >acordo no meio do mato, sem nem sinal de área urbana >pelado, minhas roupas do meu lado, minha barriga com uma pasta verde estranha >realizo que fui parar numa reserva do xingu >alguns indígenas me olhando, um deles (provavelmente o que me trouxe ate aqui) vem ate mim, me pergunta se eu to melhor >diz que estamos numa reserva do RJ, ele tinha saído pra comprar um celular (irônico não?) e me achou fudido na rua >tento levantar, ele fala pra eu ficar deitado ou vou morrer >algumas horas depois ele volta com um pó dentro de uma cuia de madeira >diz pra eu cheirar que vou me sentir melhor >cérebro alto daquele pó estranho foi a coisa mais surreal da minha vida >sons estranhos e relaxantes todoonde >tempo e espaço parecem não existir mais >vejo um templo feito de olhos >uma raposa me deu um tapinha no ombro e correu pra dentro >eu sigo >tem uma figura humana de água em pé do meu lado >nos andamos e nos movemos igual >dentro do templo tem um rolo de papel higiênico >minha mente começa a entrar em um estado altamente perceptivo >um momento de clareza no meio da insanidade ao meu redor >eu realizo neste momento a natureza da vida >uma espiral de eventos causada por um simples rolo de papel higiênico >porra loca >to chapado de um pó doido no meio de uma reserva indígena por causa de um fodendo rolo de papel higiênico >no dia seguinte, o índio, decide me levar pro centro da cidade pra procurar um emprego >me pergunta no que eu sou bom >unica coisa que já havia feito na vida era montagem e manutenção de PCs, e era relativamente bom nisso >me leva num centro de informática >me apresenta pra um amigo dele que parece ser o dono >ele pede pra eu mostrar o que sei fazer >formato um PC, tudo certinho, removo vírus, coisas banais >ele acha bom o suficiente e me contrata >deixa eu "morar" no depósito da loja >não e uma casa mas e melhor que a rua >começo a juntar uma grana maneira >como não chego atrasado nunca sou promovido logo >consigo alugar um apartamento pequeno >tudo finalmente dando certo >3 semanas depois, no trabalho >consertando PCs como um patrão >pego um PC que tá marcado como "trocar RAM" >checo o nome do cliente >nome do meu velho amigo filho da puta >troco a RAM, ligo >encho o HD de cp, zoofilia, scat, outras coisas nojentas >escondo a pasta, desligo, mando de volta >mais tarde faço uma pesquisa e descubro que agora ele é pastor em uma igreja local >ligo pras autoridades informando o que eu encontrei >no dia seguinte a notícia ta no jornal >descubro que ele foi preso, excomungado da igreja, a mulher e os filhos tão deixando ele >filhos vão a um psicólogo infantil pra ver se foram molestados >a vida dele vira uma merda >ele nunca descobriu quem foi por causa do sistema de proteção a vítimas e testemunhas
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